Caso Thainara Vitória: Médico e enfermeira viram réus por homicídio
06/12/2025
(Foto: Reprodução) Thainara Vitória morreu após uma abordagem policial em Governador Valadares
Reprodução/Arquivo Pessoal
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) divulgou nessa sexta-feira (5) que um médico e uma enfermeira se tornaram réus pelo homicídio de Thainara Vitória. A morte ocorreu em 14 de novembro de 2024, na Unidade de Pronto Atendimento de Governador Valadares.
Conforme o TJMG, o juiz David Miranda Barroso apontou indícios de “omissão penal relevante”, já que as condutas dos dois réus não foram realizadas com a celeridade esperada.
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Os envolvidos têm prazo de 10 dias para se manifestar, e a decisão ainda é passível de recurso. O g1 não conseguiu localizar a defesa deles.
Os dois profissionais de saúde podem responder por homicídio simples na modalidade omissiva imprópria. Eles estavam lotados na emergência, sala para onde Thainara Vitória foi levada pela Polícia Militar já em parada cardiorrespiratória (PCR).
“A Promotoria alegou que os profissionais de saúde, que tinham o dever legal de agir, omitiram-se ao não iniciar os protocolos de reanimação cardiopulmonar ou estabilização. Também sustentou que a vítima permaneceu na UPA por mais de uma hora sem receber manobras de reanimação. O único procedimento registrado foi um eletrocardiograma, que constatou o óbito”, divulgou o TJMG.
Por meio de nota, a Beneficência Social Bom Samaritano (BSBS), gestora e administradora da UPA, esclareceu que "embora não tenha sido indiciada pela Polícia Civil nesse processo, desde o início tem acompanhado de perto e prestado todo apoio jurídico necessário aos profissionais envolvidos."
O posicionamento ainda destacou que um relatório técnico sobre os procedimentos adotados no dia do ocorrido será apresentado nos próximos dias.
"Quanto a decisão do TJMG de tornar réus os profissionais vamos nos manifestar assim que nosso departamento jurídico tiver as informações oficiais."
Segundo o TJMG, a 2ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público de Minas (MPMG), já que o magistrado rejeitou as acusações contra outros três profissionais de saúde, já que entendeu que não houve omissão por parte deles.
Conduta dos policiais
Sobre a conduta dos policiais, a conduta deles será revisada pela Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais.
“Testemunhos relataram, nos autos, que Thainara Vitória teria sido agredida ao tentar defender o irmão em uma ocorrência em que os militares estavam.”
Preliminarmente, o MPMG havia se manifestado pelo arquivamento do inquérito relacionado aos policiais, mas a defesa da família de Thainara contestou a atitude e solicitou o reexame do caso.
“Diante do pedido da família e com base em entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz David Miranda Barroso determinou a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça para que o arquivamento em relação aos militares seja reavaliado.”
Afastamento
Conforme o TJMG, o juiz negou a solicitação do MPMG para afastamento dos envolvidos de suas funções públicas.
“O magistrado argumentou que os fatos ocorreram há um ano e não há registros de que os profissionais tenham voltado a apresentar condutas negligentes nesse período, não havendo risco atual que justifique a medida antes do julgamento.”
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