Fábrica de mosquitos: como é projeto brasileiro que ganhou 'Oscar da Ciência'

  • 14/12/2025
Um brasileiro está na lista dos 10 cientistas mais importantes de 2025 Um brasileiro entrou para a lista das dez pessoas mais importantes e influentes para a ciência em 2025. O engenheiro agrônomo Luciano Moreira foi escolhido pela revista científica "Nature" por liderar uma pesquisa que usa mosquitos com uma bactéria para reduzir a transmissão da dengue. Luciano é o principal executivo de uma fábrica de mosquitos instalada em Curitiba. No local, são produzidos ovos do Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que impede que o inseto transmita vírus como os da dengue, zika e chikungunya. O reconhecimento da "Nature" é o ponto mais alto de uma pesquisa iniciada em 2008. Naquele ano, Luciano foi para a Austrália trabalhar com o cientista Scott O’Neill, referência mundial no estudo de mosquitos e doenças transmitidas por vetores. Na época, os pesquisadores conseguiram transferir a bactéria Wolbachia de moscas-da-fruta para mosquitos. A ideia inicial era encurtar a vida do Aedes aegypti, reduzindo as chances de transmissão de doenças. Depois, os estudos avançaram para entender se a bactéria também poderia bloquear os vírus. Essa linha de pesquisa ficou sob responsabilidade de Luciano Moreira. Ele liderou os experimentos que comprovaram que a presença da Wolbachia no mosquito impede que o vírus da dengue se desenvolva dentro do inseto, interrompendo o ciclo de transmissão. A descoberta foi considerada tão relevante que acabou publicada na revista científica "Cell", uma das mais prestigiadas do mundo. Luciano aparece como primeiro autor do estudo, posição reservada a quem lidera a pesquisa. Na prática, o método funciona assim: mosquitos criados em laboratório já nascem com a bactéria Wolbachia. Quando entram em contato com o vírus, a bactéria impede que ele se multiplique. O mosquito continua vivo, a bactéria não causa danos ao inseto nem ao ser humano, e a doença deixa de ser transmitida. O projeto começou a ser aplicado em cidades brasileiras em 2015. Niterói, no Rio de Janeiro, foi a primeira a receber os mosquitos. Segundo dados apresentados na reportagem, a cidade registrou uma redução de até 89% nos casos de dengue após a implantação do método. Hoje, os mosquitos com Wolbachia já estão presentes em diferentes regiões do país. A fábrica brasileira produz mais de 100 milhões de ovos por semana e tem capacidade de atender milhões de pessoas por ano. A previsão é de expansão para pelo menos 28 cidades e o Distrito Federal. A iniciativa liderada por Luciano faz parte do Programa Mundial de Mosquitos, presente em 15 países. Com o destaque na "Nature", o cientista brasileiro e a fábrica instalada no sul do país ganharam projeção internacional. Depois do reconhecimento da revista, Luciano sonha com um objetivo ainda maior, mas distante: um inédito Nobel de Medicina. "Talvez um sonho, mas vamos ver se um dia. Isso poder ser daqui a 10 anos, né? A gente já está nessa há 17 anos, quem sabe daqui uns 10 a gente seja lembrado", projeta. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo.

FONTE: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2025/12/14/fabrica-de-mosquitos-como-e-projeto-brasileiro-que-ganhou-oscar-da-ciencia.ghtml


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