‘Se não mudar, vai morrer’: não controlar fatores de risco após infarto deixa paciente à beira de novo ataque cardíaco
07/12/2025
(Foto: Reprodução) Infarto, angina e arritmia cardíaca: saiba como se proteger das doenças do coração
Quando a psicóloga carioca Roberta Massot, 40 anos, sentiu um “soco no peito” e o braço formigando, imaginou que fosse ansiedade ou gases. Minutos depois, estava numa maca ouvindo: “A senhora está tendo um infarto.”
Roberta sobreviveu, recebeu um stent e reconstruiu a rotina — alimentação, exercícios, consultas, exames. Mas, no Brasil, a história da maioria não termina assim.
Um estudo nacional com 2.003 pacientes, publicado no Scientific Reports, revelou que apenas 0,3% seguem todos os pilares recomendados para evitar um segundo evento cardiovascular. Ou seja, 99,7% continuam expostos a alto risco.
“Metade dos pacientes abandona a medicação em até dois anos”, explica o cardiologista Eduardo Lima, da Faculdade de Medicina da USP.
“O pós-infarto é um divisor de águas, mas o medo dura pouco.”
A psicóloga Roberta Massot
Arquivo Pessoal
O que o novo estudo mostrou: falhas em todos os pilares
O registro avaliou sete pilares considerados essenciais para evitar um novo infarto em quem já teve um primeiro evento. Quando se olha para cada um desses pilares separadamente, o cenário é ruim:
Colesterol LDL muito baixo (meta: < 55 mg/dL). Essa é a meta específica para quem já infartou — quanto mais baixo o LDL, menor o risco de outro evento. Só 8,6% dos pacientes atingiram esse valor. Isso significa que mais de 90% continuam com colesterol acima do ideal.
Atividade física suficiente. A recomendação mínima é 150 minutos por semana (caminhada, academia, bicicleta). Apenas 12,5% cumprem essa meta.
Pressão arterial controlada (